“Eu vou voltar!”
Estou deixando muito de mim, nem sei mais quem sou. O amor é assim. Difícil é a hora de partir. A saudade se aninha em meu peito.
O relógio da estação anuncia a imparcialidade do tempo, ignorando as batidas do meu coração.
Um beijo sela as lágrimas...
“Eu vou voltar!” A cada curva que o trem apitar, estará repetindo, eu vou voltar!
O último raio de sol desaparece atrás dos montes e a névoa envolve a paisagem, cobrindo a terra com o véu da noite. Lá do alto, em meio à renda negra dos pinheiros, a lua corre aflita acompanhando o trem.
A distância agora é maior e o último casario ficou para trás. Fecho os olhos, começo a contar o tempo, na esperança de algum dia poder voltar e conferir o que resta de mim, que com você ficou naquela estação a me esperar.