Eu me vejo a correr pelas vielas
ensolaradas e plenas de vida,
da minha infância inocente, bela,
onde, a brincar, passava distraída.
Tão distraída que nem percebia
o doce encanto da felicidade!
Em turbilhões o sonho, a fantasia,
pintando as cenas da realidade.
Hoje percebo o quanto foi breve
a ternura da poesia, a alma nua
em cirandas e folguedos sem fim.
Mas a saudade que me bate é leve.
Pois se um dia eu vivi naquela rua,
agora, aquela rua vive em mim.