Zaira Belintani
Há que se trabalhar alma, corpo e mente, respirar fundo, ouvir a voz do coração.
Textos

CAIXEIRO-VIAJANTE

Naquela tarde, o remoto vilarejo foi surpreendido pela chegada de representantes de povos de todas as raças e nações. Com eles, centenas de espécimes da fauna e da flora nunca vistas na região e das quais se tinha apenas uma vaga ideia. O universo se expandiu. A terra tornou-se redonda e, em seu giro, revelou vulcões, lagos, montanhas,  desertos, florestas, oceanos, de várias partes do mundo. Apareceram automóveis incríveis, aeronaves, antigas embarcações e modernos transatlânticos.

De países longínquos  destruídos pelas guerras, chegaram soldados fardados com seus  escudos, suas armas e tanques blindados.

A gente pacata do vilarejo, embora gentil e acolhedora, sucumbia de inanição.  Crianças empoeiradas, com olhos imensos devoravam imagens coloridas, ávidas de conhecimento.

O vendedor partiu, deixando com elas as enciclopédias. Nunca voltou para cobrar o pagamento.

Zaira Belintani
Enviado por Zaira Belintani em 23/06/2023
Alterado em 20/06/2024
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