Zaira Belintani
Há que se trabalhar alma, corpo e mente, respirar fundo, ouvir a voz do coração.
Textos

PONTOS E CONTRAPONTOS 

 

De ponto em ponto, um contraponto. 

Com linha e agulha eu alinhavo o tempo.

No entra e sai, o fio vai 

colorindo a tela e o meu pensamento. 

Do ponto cruz ao ponto corrente, 

imagens se formam 

no pano branco da mente. 

Na mesma trama, no mesmo drama, 

um ponto cheio e um ponto atrás. 

Meu olhar abstrato arremata lembranças.

Meu coração recorta segredos.

Ponta de agulha na ponta do dedo!

A gota é vermelha, a dor é atroz.

O nó, o embaraço, e cai o retrós. 

É sempre assim:

riscos do destino, costuras à mão,

entrelaçam realidade e ilusão. 

Mas entra em cena a tesoura, e  – Zip! 

Pronto! 

Um corte nas ideias em contraponto. 

Nos entremeios, ainda sou feliz.

Entre cores e contrastes 

(Um ponto laçada, um ponto matiz),

atenta ou distraída, 

eu sigo bordando a vida. 

 

Imagem: Pexels 

 

Zaira Belintani
Enviado por Zaira Belintani em 05/05/2025
Alterado em 19/05/2025
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